A segunda edição do Ateliê Modelismo e Arqueologia Naval decorreu no dia 12 de Março de 2011, Sábado, nas instalações do Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal.
Antes de almoço, Carlos Montalvão (aqui à conversa com o Comandante Costa Canas, Chefe do Departamento de Museologia do Museu de Marinha) fez uma palestra sobre a arqueologia dos barcos do Tejo em que chamou a atenção para alguns aspectos metodológicos no tratamento da informação sobre a matéria, passando de seguida à apresentação das características fundamentais dos barcos mais emblemáticos do Tejo (fragata, cangueiro, bote-fragata, catraio, muleta, bote da arte da tartarenha, falua, varino, água acima, canoas…)
Antes de almoço, Carlos Montalvão (aqui à conversa com o Comandante Costa Canas, Chefe do Departamento de Museologia do Museu de Marinha) fez uma palestra sobre a arqueologia dos barcos do Tejo em que chamou a atenção para alguns aspectos metodológicos no tratamento da informação sobre a matéria, passando de seguida à apresentação das características fundamentais dos barcos mais emblemáticos do Tejo (fragata, cangueiro, bote-fragata, catraio, muleta, bote da arte da tartarenha, falua, varino, água acima, canoas…)
No final da apresentação discutiram-se aspectos relacionados com os princípios de construção e pintura tradicional dos barcos do Tejor.
Após o almoço, retomaram-se os trabalhos com uma apresentação sobre o aparelho do navio, a qual pôs em evidência a nomenclatura e a especificidade técnica do aparelho dos navios em geral.
Em simultâneo com as actividades de índole formativa decorreu uma mostra de modelos de embarcações construídas ou em construção, trazidas pelos participantes.
Carlos Guerreiro observa atentamente a muleta em construção do nosso aluno Jorge Rodrigues, ensaiando, quem sabe, ideias para um trabalho futuro . O barco do Jorge, construído a rigor, foi pintado com as cores da época e tem a palamenta pronta a ser aplicada no convés. Aguarda-se que este modelo esteja completo para a próxima edição do ateliê que decorre a 18 de Junho de 2011.Fragata do Tejo da autoria de Luís Tavares. Mais adiante o trabalho em pormenor, para já o espanto do nosso aluno Manuel Antunes que é aqui paradigma da admiração colectiva por este trabalho invulgar em termos de precisão, rigor e dimensões.
Duas peças de grande qualidade construtiva em destaque na atenção do Mário Branco, do João Figueiredo, do António Cardoso e do Jorge Rodrigues. A muleta do Seixal , em primeiro plano, dispensa apresentações e poderá ser revisitada em pormenor mais adiante. Neste caso a atenção vai para a rasca de pesca da Ericieira, construída pelo José Oliveira. Trata-se de um modelo muito interessante de um barco da pesca do alto com três mastros latinos e painel de popa ogival. Jorge Rocha e Carlos Dias perante uma mesa bem guarnecida de modelos. As muletas regressaram em força ao Seixal com 7 modelos. No lado esquerdo da fotografia, a proa da rasca da Ericeira de José Oliveira e a popa do galeão S. Paulo de Carlos Montalvão. No meio, o varino do Nelson Anjos tem pela proa e pelo través duas enviadas do Seixal.
Para que não haja dúvidas. Esta fotografia confirma que as muletas regressaram em força ao Seixal.
Uma visita inesperada de Werner Hellfrizsch que, tendo tomado conhecimento deste ateliê, veio pedir a opinião dos presentes acerca do interesse e possibilidade de se fazer o restauro de dois modelos de barcos dos séculos XVII e XVIII.
Uma visão muito sugestiva das várias fases construtivas em que se encontram as muletas dos alunos do 3º Curso de Iniciação e Desenvolvimento em Modelismo Naval. Modelo de meio casco de um barco de água-acima do aluno Manuel Antunes. Este meio casco foi seccionado para se definir as formas das balizas e constitui o embrião para um modelo de estaleiro desta embarcação.
Dois modelos a necessitar de restauro. Em cima, um galeão do século XVII; em baixo, uma fragata do século XVII.
Pretende-se que estes ateliês possam prestar um contributo significativo para a formação teórica e prática dos modelistas e profissionais ligados às problemáticas marítimas que nele participam. Os temas em debate e a partilha formal e informal de ideias e experiências tem sido um factor importante para o desenvolvimento de uma cultura de seriedade e rigor no tratamento modelístico das embarcações e para a identificação do Ecomuseu Municipal do Seixal como lugar de referência no tocante ao modelismo Naval.
O facto dos nossos alunos terem tido a oportunidade de mostrar os seus trabalhos tem-se revelado um incentivo para a melhoria qualitativa dos mesmos.
A adesão de algumas pessoas que não fazem modelos mas estão ligados do ponto de vista profissional às questões marítimas, fenómenos antropológicos, e dinâmicas museológicas é um indício revelador de que o Ecomuseu do Seixal é uma instituição de referência.
Esta actividade continua a suscitar o interesse de todos aqueles que nela participam e tem sido acompanhada e divulgada pela comunicação social.
O próximo Ateliê está previsto para dia 18 de Junho de 2011, mas de momento, ainda não há programa definido.